Incêndio destrói a Estação Antártica Comandante Ferraz. Pouco sobrou. Pesquisas de anos e anos se foram. Dois mortos, um ferido. Famílias e ciência destroçadas. Há pouco menos de dois anos, um outro incêndio – e bem mais próximo de nós – destruiu um acervo que contava com centenas de milhares de exemplares de espécimes, entre outras preciosidades, em um prédio do Instituto Butantan, em São Paulo. E há cerca de dez anos – se bem me recordo, em 2002 – um galpão abandonado na USP se fez em chamas levando consigo material precioso que pertencera ao Ibecc, Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura – meses depois, o fogo consumiria também parte do prédio principal da Escola de Comunicações e Artes, a ECA, muito próximo do primeiro incêndio, na Universidade de São Paulo.
A cada um dos pesquisadores vítimas da recente tragédia em continente antártico, o governo federal deverá pagar indenização de R$ 10 mil, pela perda de objetos pessoais – ou seja, sem contar o prejuízo em pesquisas desaparecidas de uma hora para outra. Muito justo, talvez devessem receber bem mais.
De qualquer modo, não posso deixar de proferir a pergunta: por que a quantia de dinheiro que se irá gastar agora, tanto para pagar as indenizações, como para reconstruir a base na Antártida, não foi despendida antes, em investimentos para se evitar ou combater mais eficazmente incêndios? Como faz falta uma cultura de prevenção neste país!
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