sexta-feira, 1 de abril de 2011

Qual a ciência que vale?

É possível fazer boa ciência com pouco dinheiro. Não, não estamos celebrando o 1º de abril! Uma prova está em reportagem veiculada no último sábado (26/3) pelo Jornal Hoje, da Globo. O pesquisador Evandro Guimarães, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), criou um aparelho que facilita a leitura para pessoas com graves problemas visuais. O material utilizado? Rodas de carrinhos de brinquedo, saboneteira de plástico e câmera de computador. Custo? 42 reais.

O que nãopra acreditar é que nada menos que 11 artigos científicos publicados por um químico da Unicamp sejam frutos de fraude, como revelou ontem a Folha de S.Paulo. Ainda é cedo, convenhamos, para se fazer qualquer avaliação que se queira conclusiva. Mas, se constatada a veracidade da acusação, será mais uma evidência de que a ciêncianão apenas a brasileira, mas a mundial – caminha para se tornar escrava da obrigação de se publicar. O que deveria ser consequência do fazer científico vem se transfigurando em seu motor.

À espera de que a suposta fraude não passe de um engano, resta-nos manter a esperança de que o exemplo de Evandro Guimarães seja seguido, não apenas por sua opção por uma ciência baseada na simplicidade e na praticidade, mas igualmente por conta de suas lúcidas palavras: “A universidade pública tem o papel primordial de resolver os problemas da sociedade”.

A reportagem da Globo e a matéria da Folha podem ser acessadas por meio dos vínculos abaixo:
Pesquisadores desenvolvem equipamento que facilita a leitura
Químico da Unicamp é acusado de fraudar 11 estudos científicos

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