O que não dá pra acreditar é que nada menos que 11 artigos científicos publicados por um químico da Unicamp sejam frutos de fraude, como revelou ontem a Folha de S.Paulo. Ainda é cedo, convenhamos, para se fazer qualquer avaliação que se queira conclusiva. Mas, se constatada a veracidade da acusação, será mais uma evidência de que a ciência – não apenas a brasileira, mas a mundial – caminha para se tornar escrava da obrigação de se publicar. O que deveria ser consequência do fazer científico vem se transfigurando em seu motor.
À espera de que a suposta fraude não passe de um engano, resta-nos manter a esperança de que o exemplo de Evandro Guimarães seja seguido, não apenas por sua opção por uma ciência baseada na simplicidade e na praticidade, mas igualmente por conta de suas lúcidas palavras: “A universidade pública tem o papel primordial de resolver os problemas da sociedade”.
A reportagem da Globo e a matéria da Folha podem ser acessadas por meio dos vínculos abaixo:
Pesquisadores desenvolvem equipamento que facilita a leitura
Químico da Unicamp é acusado de fraudar 11 estudos científicos
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