terça-feira, 31 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Ciência nas férias
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
2012
Dizem alguns que o mundo vai acabar em 2012. Bobagem? Crendice? Superstição? Não sei. Assim como qualquer um de nós pode morrer, a qualquer momento, por um motivo qualquer, a Terra também pode fenecer, por diferentes razões, não se sabe quando – e olhem que ela anda bem menos saudável que a grande maioria das pessoas!
Ademais, quem assiste ao History Channel conhece uma série de programas em que muita gente séria – ao menos em tese – emite suas opiniões sobre o assunto, a partir de pesquisas que registram curiosas coincidências entre os calendários de diferentes povos, dos maias aos índios norte-americanos hopis, bem como anotações atribuídas ao profeta Michel de Nostradamus, sempre apontando 2012 como um ano-chave para o mundo ou a humanidade.
Não descarto algum grau de veracidade nas previsões da astrologia ou nas profecias. Estudioso que sou – ainda que muito longe de ser um catedrático no assunto – de doutrinas ou correntes espiritualistas ou esotéricas, artes divinatórias e movimentos paracientíficos, sei que há muita coisa que nossa ciência está não apenas distante de comprovar, como sequer suspeitar. Há muita bobagem, sem dúvida, mas em dimensão semelhante ao que podemos considerar no mínimo instigante, quando não arrepiante.
Os mais céticos – uma dose de ceticismo é sempre bem-vinda –, quando não refutam diretamente essas práticas, nos lembram que os astrônomos, geofísicos e demais cientistas que estudam a Terra como um todo, ou os fenômenos extraplanetários, em geral afastam qualquer possibilidade de destruição de nosso globo a curto prazo. Entretanto, por mais avançada que esteja nossa ciência, não detemos todos os conhecimentos necessários para descartar eventuais desastres maiores do que aqueles que já vêm ocorrendo – por falar nisso, se os recentes terremotos na Indonésia, no Chile e no Japão talvez já tenham provocado alterações no eixo de rotação do planeta, como foi apontado por pesquisadores, mais alguns podem causar inclinação fatal para mudanças mais bruscas no clima global.
Não quero, com esses comentários, engrossar a fileira dos fatalistas, catastrofistas ou mistificadores, bem como dos enceguecidos por esse tipo de pensamento calcado em fervorosa certeza da destruição. Ainda que a dor e a perda nos sejam, não raras vezes, instrumento ou incentivo para a evolução, inclusive nos campos da ciência, rejeito fortemente a ideia – com frequência exposta ou defendida com incompreensível entusiasmo – de uma pretensa purificação do orbe terrestre a partir da morte de milhões ou bilhões de pessoas.
O que tenciono argumentar aqui é que a possibilidade de uma destruição total ou parcial do planeta ou da humanidade não é tão insignificante – tal como a de qualquer pessoa vir a morrer a qualquer instante, como afirmei no início – a ponto de ser desconsiderada, em especial se pensarmos na situação climática geral e em suas possíveis consequências, como o derretimento das calotas polares.
Se me perguntarem no que acredito, minha resposta é a seguinte: creio sim que possa ocorrer uma grande transformação ainda este ano – se é que já não está havendo. Mas torço para que seja de outro teor: o surgimento de novas ideias, o lançamento de um livro revelador, a descoberta da cura de uma grande doença, avanços mais acelerados da ciência, melhorias em educação e saúde, quem sabe até contato com seres de outros planetas ou dimensões da existência.
Enfim, algo bombástico, mas com poder de construção, não de destruição. Que assim seja!
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
100!
Quis o destino – quer o interpretemos como algo transcendental ou como resultante da mera incidência dos fatos – que a centésima postagem deste blog fosse a primeira de 2012. Podem até dizer que eu tenha forjado esse acontecimento, criando posts desnecessários a partir do momento em que percebi tal possibilidade. O fato é que vislumbrei essa eventual coincidência no início de dezembro e, se houve alguma indução, foi obra, digamos, de meu subconsciente, visto que todos os textos desde então trataram de assuntos que julguei relevante abordar, sem adições ou subtrações forçadas.
Também é fato que nem todas as postagens podem ser consideradas textos propriamente ditos, a começar pelos dez “destaques do mês” ao longo de 2011, de março a dezembro, além de haver desde escritos curtos e meramente informativos até aqueles evidentemente consistentes e que apresentam forte teor opinativo, o que, a meu ver, é o que via de regra torna um blog respeitado e, quem sabe, diferenciado, digno de sua própria existência – o que, espero, seja o caso deste TransCiências –, ainda que os destaques e as notas de informação tenham sua razão de ser e, às vezes, expressiva importância.
De qualquer forma, não esperava, em fevereiro passado, quando o lancei, que o blog fosse alcançar cem postagens antes sequer de completar um ano, e muito menos no raiar de 2012. Para a grande maioria das postagens, lancei mão de dois critérios fundamentais. O primeiro, aparentemente um tanto óbvio, é a relevância do tema; contudo, na maior parte das vezes, tal relevância não emergiu de modo puramente racional, mas sobretudo de maneira intuitiva, como num estalo, num click, como a se dizer “Isso dá um bom texto para o blog!”.
No entanto, em geral – há uma ou outra exceção – o valor do tema para mim não é critério suficiente para um bom texto, aqui ou em qualquer outro site ou publicação em que eu viesse a escrever. É preciso dizer algo ao menos um pouco diferente do que diz a maioria, acrescentar alguma coisa ao já falado, apresentar um ponto de vista distinto, contribuir com o debate ou a reflexão sobre o assunto tratado. É o que tentei, não sei até que ponto com sucesso.
Não é minha intenção chegar à 200ª postagem antes do segundo aniversário do TransCiências, em fevereiro de 2013. Quero continuar a redigir os textos com a naturalidade usual de seu ano de estreia, com serenidade nos períodos de remanso, com agilidade nos momentos de efervescência. Creio ser muito difícil voltar a atingir 17 ou mesmo 14 posts num mês, como em outubro e dezembro passados, respectivamente. Mas, se sentir a necessidade de fazê-los, não deixarei por menos.
Minha meta, porém, é ter menos quantidade e mais qualidade. Procurei fazer o melhor possível, mas, fosse por conta das circunstâncias, fosse pela falta de algo mais na produção dos textos – talvez um pouco mais de atenção aos fatos ou de disposição a uma escrita mais vigorosa –, sinto que poderia ter feito mais. Quem sabe neste 2012 eu consiga ir mais a fundo em alguns temas, mesmo que a princípio não cumpram um dos critérios que elenquei. Quem sabe possa retomar uma prática que há algum tempo abandonei, a de uma boa e consistente reportagem. Quem sabe venha a criar seções ou colunas periódicas, com enfoque ou estilo específico. Quem sabe poste vídeos ou produções multimídia, meus ou de terceiros. Quem sabe...
As intenções não são poucas e, como se diz, delas o inferno está cheio. Sou do bem, ou tento ser, quero o céu, o paraíso – de preferência na própria Terra –, mas não custa ser um pouquinho infernal, ainda que se busque o divino.