segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

100!

Quis o destino – quer o interpretemos como algo transcendental ou como resultante da mera incidência dos fatos – que a centésima postagem deste blog fosse a primeira de 2012. Podem até dizer que eu tenha forjado esse acontecimento, criando posts desnecessários a partir do momento em que percebi tal possibilidade. O fato é que vislumbrei essa eventual coincidência no início de dezembro e, se houve alguma indução, foi obra, digamos, de meu subconsciente, visto que todos os textos desde então trataram de assuntos que julguei relevante abordar, sem adições ou subtrações forçadas.

Também é fato que nem todas as postagens podem ser consideradas textos propriamente ditos, a começar pelos dez “destaques do mês” ao longo de 2011, de março a dezembro, além de haver desde escritos curtos e meramente informativos até aqueles evidentemente consistentes e que apresentam forte teor opinativo, o que, a meu ver, é o que via de regra torna um blog respeitado e, quem sabe, diferenciado, digno de sua própria existência – o que, espero, seja o caso deste TransCiências –, ainda que os destaques e as notas de informação tenham sua razão de ser e, às vezes, expressiva importância.

De qualquer forma, não esperava, em fevereiro passado, quando o lancei, que o blog fosse alcançar cem postagens antes sequer de completar um ano, e muito menos no raiar de 2012. Para a grande maioria das postagens, lancei mão de dois critérios fundamentais. O primeiro, aparentemente um tanto óbvio, é a relevância do tema; contudo, na maior parte das vezes, tal relevância não emergiu de modo puramente racional, mas sobretudo de maneira intuitiva, como num estalo, num click, como a se dizer “Isso dá um bom texto para o blog!”.

No entanto, em geral – há uma ou outra exceção – o valor do tema para mim não é critério suficiente para um bom texto, aqui ou em qualquer outro site ou publicação em que eu viesse a escrever. É preciso dizer algo ao menos um pouco diferente do que diz a maioria, acrescentar alguma coisa ao já falado, apresentar um ponto de vista distinto, contribuir com o debate ou a reflexão sobre o assunto tratado. É o que tentei, não sei até que ponto com sucesso.

Não é minha intenção chegar à 200ª postagem antes do segundo aniversário do TransCiências, em fevereiro de 2013. Quero continuar a redigir os textos com a naturalidade usual de seu ano de estreia, com serenidade nos períodos de remanso, com agilidade nos momentos de efervescência. Creio ser muito difícil voltar a atingir 17 ou mesmo 14 posts num mês, como em outubro e dezembro passados, respectivamente. Mas, se sentir a necessidade de fazê-los, não deixarei por menos.

Minha meta, porém, é ter menos quantidade e mais qualidade. Procurei fazer o melhor possível, mas, fosse por conta das circunstâncias, fosse pela falta de algo mais na produção dos textos – talvez um pouco mais de atenção aos fatos ou de disposição a uma escrita mais vigorosa –, sinto que poderia ter feito mais. Quem sabe neste 2012 eu consiga ir mais a fundo em alguns temas, mesmo que a princípio não cumpram um dos critérios que elenquei. Quem sabe possa retomar uma prática que há algum tempo abandonei, a de uma boa e consistente reportagem. Quem sabe venha a criar seções ou colunas periódicas, com enfoque ou estilo específico. Quem sabe poste vídeos ou produções multimídia, meus ou de terceiros. Quem sabe...

As intenções não são poucas e, como se diz, delas o inferno está cheio. Sou do bem, ou tento ser, quero o céu, o paraíso – de preferência na própria Terra –, mas não custa ser um pouquinho infernal, ainda que se busque o divino.

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