No entanto, talvez mais do que as matérias jornalísticas, o que chamou a atenção foram as peças publicitárias. Os assinantes dos dois grandes jornais paulistanos (Folha e Estado), por exemplo – não sei se isso se repetiu em outros diários do país –, ficaram surpresos ao receber seus exemplares com o caderno de economia por sobre o principal. O motivo? O anúncio de um inédito “banco de água”, tido como tão importante a ponto de figurar como capa do jornal, sem deixar de constar do caderno cujo tema lhe é correspondente: a economia. Os usuários do banco, enfim, poderão “depositar” os litros de água que economizarem e em troca ganharão pontos que lhes darão direito a descontos em sites de compras.
A iniciativa até pode ser boa – o tempo dirá. Mas, tal qual outros anúncios que associam os produtos ofertados a temas nobres, de cidadania a ecologia, gerou-me desconfiança. Como aqueles renitentes informes publicitários de grandes conjuntos residenciais que dizem zelar pelo meio ambiente, quando na verdade descaracterizam quarteirões ou bairros inteiros, agravam o adensamento populacional e, por conseguinte, contribuem para a piora do trânsito de suas regiões, com inegáveis prejuízos à qualidade do ar e de vida das pessoas.
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