Se me perguntassem hoje qual o artista que mais tem algo a ver com ciência, diria, sem pestanejar: Escher! Poderia estar sendo injusto com outros tantos nomes das artes, entre os quais Rembrandt e suas lições de anatomia, além, é claro, de Leonardo da Vinci. Mas penso que, enquanto o mestre florentino sobretudo usava da arte para fazer ciência, com seus célebres esboços de máquinas e corpos, o holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) lançava mão dos preceitos científicos para fazer arte. E manejava habilmente não apenas ideias da geometria e da física, em gravuras como as famosas Relativity (Relatividade), Waterfall (Queda d’água) e Hand with reflecting sphere (Mão com esfera refletora), mas também remetia à biologia e à teoria da evolução, como em sua série Metamorphosis (Metamorfose).
Estive outro dia no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo, para apreciar sua arte-ciência (ou seria ciência-arte?), na mostra “O mundo mágico de Escher”, e o que vi confirmou minhas expectativas. Pena que, para variar, fiz minha visita ao final do período de exposição, restando aos demais interessados apenas três dias – até domingo, 17 de julho – para contemplar a magnífica obra desse holandês que teve por missão não apenas encantar, mas acima de tudo intrigar nossos olhos.
O endereço do CCBB-SP é Rua Álvares Penteado, 112, e a exposição, que é gratuita, ocorre das 9 às 20 horas.
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