Há alguns anos, ao que tudo indica em 2004, eu e o amigo e biólogo Ricardo Gandara Crede estivemos no Museu da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foi sem dúvida uma visita muito interessante, tanto pelo ambiente em si, de arquitetura singular, como pelas dezenas de instrumentos antigos da medicina, entre outras peças, de alto requinte artístico e inegável valor histórico.
Mas, curiosamente, o que mais me ficou guardado na memória, nos anos seguintes, foi a figura ao mesmo tempo imponente, simpática e solícita do Dr. Velloso, mordomo do museu – termo que julguei estranho à época, mas que era bastante apropriada à sua pessoa e à sua função, visto que nos guiou candidamente pelas diferentes alas e salas do local, dando detalhes sobre não poucos dos objetos do acervo.
Nossa intenção era escrever um livro sobre os 120 anos da Santa Casa, que seriam completados naquele ano, o que acabou não acontecendo. De qualquer modo, valeu a pena por ter conhecido o museu e também o próprio hospital, que, embora com problemas comuns a tantos outros no país, é muito diferente da grande maioria dos demais, a começar por seus traços arquitetônicos peculiares.
Nunca mais fui ao Museu da Santa Casa e nem vi o Dr. Velloso. Soube, porém, de seu falecimento, na quarta-feira passada, dia 29, aos 87 anos, por meio de nota na edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo. Fiquei sabendo também que era colecionador de obras de arte – o que não surpreende – e rótulos de vinho, historiador e escritor, autor de livros como Os artistas Dutra: oito gerações.
Não tenho dúvidas de que o Dr. Velloso – cujo nome completo era Augusto Carlos Ferreira Velloso, e também era engenheiro – vai fazer muita falta ao Museu da Santa Casa e àqueles que conviveram mais diretamente com ele.
Para saber mais sobre o Museu da Santa Casa, basta acessar o endereço http://www.santacasasp.org.br/museu/.
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