Divagações à parte, o fato é que vi com muito bons olhos, mesmo não podendo acompanhar seu trabalho como gostaria, o anúncio de Ana Lucia Azevedo, editora de Ciência e História do jornal O Globo, do Rio de Janeiro, como vencedora da 31ª edição do Prêmio José Reis de Divulgação Científica, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), na categoria “Jornalismo científico”. A láurea lhe foi entregue no último dia 10, na abertura da 63ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Goiânia.
No jornal carioca há 23 anos, Ana Lucia já publicou mais de mil reportagens sobre temas ligados à ciência, além de séries e cadernos especiais sobre meio ambiente, arqueologia, biotecnologia, física e história, entre outras áreas. Recebeu diversos prêmios da mídia nacional e estrangeira, entre eles o Prêmio Esso de Jornalismo, categoria de informação científica, ambiental e tecnológica, em 2002. Foi também uma das criadoras da primeira seção dedicada exclusivamente à história num jornal diário brasileiro, em 2007.
Ana Lucia Azevedo junta-se agora ao seleto grupo de ganhadores do Prêmio José Reis – que homenageia aquele que é considerado o mais importante divulgador científico da história de nosso país –, do qual fazem parte nomes de peso, como Julio Abramczyk, Maria Julieta S. Ormastroni, Marcelo Gleiser, Marcelo Leite, Ethevaldo Siqueira, Martha San Juan França, José Hamilton Ribeiro, Samuel Murgel Branco, Roberto Lent, Ângelo Machado, Ernst Hamburger, Hitoshi Nomura, Ronaldo Rogério Mourão e Oswaldo Frota-Pessoa, entre outros tanto, sem contar as instituições, que a cada três anos são contempladas.
Acho, porém, talvez pensando em sua 35ª edição, em 2015, que o prêmio deve ser ampliado, indo além das três categorias hoje existentes, que se revezam ano a ano – além de “Jornalismo científico” e “Instituição ou veículo de comunicação”, há também “Divulgação científica e tecnológica”, destinada a pesquisadores e escritores. A ideia não é minha – a primeira vez que a ouvi foi do amigo Osmir Nunes, presidente da Abradic (Associação Brasileira de Divulgação Científica, que participa da comissão julgadora), com quem trabalhei no Núcleo José Reis de Divulgação Científica. Está na hora de se pensar em contemplar separadamente, por exemplo, programas de rádio, iniciativas de cunho educacional, documentários, reportagens avulsas, sítios da internet, grupos que atuam em redes sociais, ONGs, entre outras possíveis modalidades, sem deixar de haver, digamos, um “Grande Prêmio”, como atualmente, que poderá agraciar ou não alguém que tenha ganhado em outra categoria.
Outra possibilidade é a de se receber indicações – e não somente inscrições, como ocorre hoje –, seja do grande público, seja de pessoas que atuam como divulgadores ou entendem de divulgação científica.
Enfim, está lançada a ideia. Imagino que o CNPq sozinho talvez não possa concretizá-la, mas com a participação de outras entidades quem sabe esse sonho venha a se realizar. Estou certo de que José Reis aprovaria.
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