Fico normalmente muito desconfiado quando um termo passa a ser usado com tamanha frequência que, ao que me parece, perde muito de seu sentido original, pleno de significado e boas intenções, e não raras vezes se torna vazio, um lugar-comum. Aconteceu, por exemplo, com “cidadania” e, pelo que observo, vem ocorrendo com “sustentabilidade”.
Ao entrar, dias atrás, se bem me recordo, em um de meus e-mails, vi o anúncio de um site intitulado Respostas Sustentáveis. Após o clique e a abertura da página inicial, notei que é mantido por uma grande multinacional. Não se faz propaganda explícita da empresa, mas os textos lá presentes – que procuram mostrar soluções para problemas como os da energia, do lixo e da escassez de água no planeta – induzem o leitor a pensar que se trata de corporação que tem como meta contribuir com a tão afamada sustentabilidade, no caso, de nosso planeta, o que não necessariamente é verdade. E assim se vê, aos montes, em outros sites e propagandas de TV e jornal, talvez visando nada mais nada menos que a sustentabilidade da boa imagem das próprias empresas anunciantes.
Tomara que ao menos 50% do que se vende como sustentável de fato o seja. Ainda assim me pergunto: o quanto há de ação real e de mero discurso? Até que ponto, enfim, a sustentabilidade que apregoam se sustenta?
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