quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Do progresso à depressão

Não sabia da existência do Observatório de Itacuruba. Ou melhor, da sua não existência. Soube de sua história, enfim, e fiquei a refletir sobre as intersecções entre ciência, política e a ideia de progresso. Ou, para ser mais preciso, sobre como a ciência pode ser usada com fins políticos, para vender uma ideia de progresso que possivelmente não virá – o que aconteceu, ao menos até o presente momento, com a população da pequena Itacuruba, no sertão pernambucano.

Vendeu-se a ideia de que a instalação de um centro de estudos astronômicos – incluindo um Observatório Astronômico Automatizado (OAA), um observatório solar e um telescópio magnético – traria enorme progresso ao município, gerando emprego e renda, mas o fato é que as obras estão há três anos paradas e a cidade se tornou a terra dos deprimidos: 1/3 da população adulta toma medicamentos psicotrópicos para amenizar a depressão, e o número de suicídios na cidade ultrapassa em quatro vezes a média nacional.

Mais detalhes no textoObservatório de Itacuruba: uma obra inacabada na ‘terra dos deprimidos’”.

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