Primeiro foram os erros de concordância tidos como aceitáveis em livro didático de língua portuguesa (“Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”). Tudo bem (ou nem tudo), até concordo que se deva combater o chamado “preconceito linguístico”, e enxergar inclusive alguma poesia e sabedoria na fala popular, como não raros músicos e poetas já o fizeram. Eu, por exemplo, adoro o “viajemo muitos dia pra chegar em Ouro Fino” da bela “Chico Mineiro”, de Tonico e Tinoco. Mas colocar isso num livro didático é querer confundir a cabeça de nossas crianças, ainda em tenra formação intelectual e linguística.
O pior, porém, estava por vir. “10 - 7 = 4”, revelaram os jornais no último sábado. E não foi um único erro: havia outros, do tipo “16 - 8 = 6”, em mais um livro usado em escolas públicas de nosso país. Ainda que a matemática tenha avançado muito, com o desenvolvimento de inúmeras teorias, muitas delas sofisticadíssimas, não creio que haja algum universo paralelo em que 10 menos 7 resulte em 4. Algum matemático me contesta?
Só não digo que foi a notícia mais espantosa do fim de semana porque também soube no sábado que, em Ibaretama, interior do Ceará, vereadores registraram atos de corrupção em cartório! Pois é, e com texto no seguinte teor: “Fica o Sr. [Fulano] na responsabilidade de repassar para os quatro vereadores da situação a quantia de R$ 4.500,00”.
O Brasil é lindo, encantador, mas prova cada vez mais ser um país surreal. Acontecem coisas que, imagino, nem mesmo Guimarães Rosa e Dias Gomes juntos ousariam conceber.
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