O conceito por trás desse grupo de palavras é muito bonito, amplo e recheado de boas intenções, e há quem de fato se preocupe e se ocupe seriamente com propostas que se fundamentam em seus pressupostos, segundo os quais não pode haver desenvolvimento social e econômico sem responsabilidade para com o meio ambiente, visando protegê-lo e evitar maiores danos a quaisquer ecossistemas.
Contudo, não são poucas as falácias que se entremeiam com o discurso da sustentabilidade. Uma delas é a dos eucaliptos, usados largamente em programas de reflorestamento, mas de maneira equivocada e objetivando sobretudo benefícios econômicos a pequenos grandes grupos – pequenos em relação ao todo mas grandes em poder.
O jornalista Leonardo Sakamoto, de quem fui colega na faculdade de jornalismo, na ECA/USP, expõe de maneira precisa e abrangente, na matéria “Eucalipto. Salvador da pátria ou deserto verde?”, de seu blog, muito do que envolve a indústria do eucalipto, que não apenas tem trazido danos ambientais, como também abusos no trato de sua mão de obra – terreno em que Sakamoto tem combatido com singular tenacidade.
Não é o caso de se condenar a cultura do eucalipto, como o próprio jornalista ressalta ao término do texto, mas o modo como é feita e as consequências que traz. Ademais, trata-se de espécie exótica que, naturalmente, mais cedo ou mais tarde, resulta em desequilíbrios ecológicos às vezes muito graves – “exotismo” esse sobre o qual já alertei em textos como “De invasões, alertas e contradições”, neste mesmo blog.
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