terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pará dividido

O Pará continua o mesmo: os propostos estados de Tapajós e Carajás foram rejeitados por mais de 60% dos paraenses. Achei bom, pois a divisão, neste momento, seria inoportuna, demandando despesas extras hoje inconcebíveis, e provocaria enorme distorção na representatividade das então 29 unidades da federação na Câmara e no Senado.

No entanto, a maioria esmagadora dos habitantes daqueles que seriam os novos estados expressou o desejo – ainda que em parte movido por eventuais manipulações ou mero orgulho – de se separar do Pará. E daí decorrem as perguntas: por que querem a cisão? Se criados os novos estados, conseguiriam se sustentar financeiramente? Suas populações seriam de fato beneficiadas por conta dessa nova divisão territorial?

Ainda que a vontade dos residentes nas regiões de Tapajós e Carajás seja legítima, não vejo a separação como propícia a curto ou médio prazo. É preciso que o Brasil evolua em diferentes sentidos, a fim de que os recursos públicos sejam mais bem geridos, os casos de corrupção não passem de exceção e se faça uma reforma política que vise representar de modo mais equânime e proporcional as populações de todos os estados, talvez com o sistema de voto distrital misto. Enfim, algo muito distante de acontecer.

Ademais, a criação de novas unidades da federação deve vir acompanhada de projetos consistentes que a justifiquem, tendo em vista o bem dos que habitam os novos estados e do país como um todo. Em resumo, algo que não se costuma fazer neste país.

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