sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ciência em mosaico

Os últimos dois dias não deixaram de ser curiosos para quem acompanha a divulgação de notícias direta ou indiretamente ligadas ao mundo científico. Nos jornais, na TV ou na internet, três fatos me chamaram a atenção, e provavelmente a de outras pessoas: as premiações do Nobel, a pesquisa de Miguel Nicolelis publicada na Nature e a morte de Steve Jobs.

Das láureas do Nobel, a que julgo mais interessante, ao menos num primeiro momento, é a de Química, que foi para o israelense Daniel Shechtman, que descobriu os quasicristais ou quase-cristais, ou, como foi amplamente divulgado, “cristais que não deviam existir”, estruturas complexas e com desenhos que não se repetem – comparados aos mosaicos da arte islâmica –, os quais prometem ser extensamente usados na indústria, dada a sua alta resistência.

o brasileiro – e, como eu, palmeirense fanático e sofredor – Miguel Nicolelis, médico e neurocientista que vem conseguindo destaque no meio científico e também na imprensa, liderou equipe na Universidade de Duke (EUA) que possibilitou a macacos experimentar as sensações táteis de um braço virtual controlado apenas pela força da mentealgo difícil de explicar, mas que, enfim, poderá resultar em próteses humanas mais eficientes, sob o comando direto do pensamento, fazendo tetraplégicos andarem.

E para quem achava que as duas notícias preencheram o dia 05 de outubro de ciência, veio o anúncio da morte de Steve Jobs, sobre quem faço meus comentários em outro texto de hoje neste blog, logo abaixo.

Foram, sem dúvida, três novidades de impacto, mas também não me passaram despercebidas duas marcas alcançadas pela Universidade de São Paulo, nossa tão amada – e às vezes odiada – USP, divulgadas ontem, dia 06: os 100 mil títulos de pós-graduação, entre dissertações de mestrado e teses de doutorado publicadas desde 1969, quando foram estabelecidos os padrão da pós-graduação no Brasil; e a 178ª posição dessa universidade, única brasileira entre as duzentas melhores, no ranking internacional Times Higher Education.

Como estudioso da divulgação científica e amante da ciência, não apenas fiquei contente – a despeito da morte de Jobs, que lamentocom o destaque obtido por tais notícias, como igualmente vi como curioso o fato de cada uma delas ter uma origem completamente diferente da outra: um prêmio internacional, a publicação de uma pesquisa, a morte de um grande inventor, o destaque obtido por uma universidade. Prato cheio e variado para quem gosta de ciência.

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