sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Steve Jobs

Ainda não tenho iPhone nem iPad, e o iPod que eu costumava usar, que era do meu irmão mais novo, ele levou depois de ter se casado, há pouco mais de dois anosassim que possível vou comprar um, pois sinto uma falta danada daquele bichinho tocador de músicas. Mas tenho meu computador pessoal, e sem ele não acessaria a internet, não teria um blog e você não estaria lendo esta e outras mal traçadas linhas, minhas ou de outros tantos que teimam em publicar alguma coisa que valha – ou sequer valha – na rede mundial dos computadores. E sem PCs não teríamos Google, Wikipédia, Orkut, Facebook e o diabo a quatro...

Tudo isso tem ao menos um dedinho de Steve Jobs – ou, no caso dos produtos da Apple, uma mão inteira, ou as duas, ou quem sabe até os dois braços. Não tenho muito o que acrescentar ao que foi dito desde anteontem à noitegênio, visionário etc. –, quando foi anunciada a morte de Jobs, até porque entendo muito pouco de informática e tecnologia. Mas que algo mudou depois dele, parece-me inquestionável.

O tempo dirá se de fato ele foi um gênio ou sobretudo alguém que, com muito empenho e visão apurada dos negócios e da realidade de um mundo de consumo, se sobressaiu com seus inventos e sua engenhosidade. E dirá também se foi, em verdade, um grande benfeitor da humanidade, ao fazê-la se comunicar e se divertir de uma maneira diferente e intensa, como o fazemos hoje, ou se foi artífice de uma sociedade global dependente de tecnologia e de novidades postas à venda em ritmo desenfreado.

A sensação que tenho hoje, porém, é de que perdemos alguém tão notável quanto um Thomas Edison, um Benjamin Franklin ou um Santos Dumont, para citar três dos mais brilhantes inventores da história humana (e tivemos o privilégio de ser contemporâneo dele). E também de que perdemos alguém que não se limitava a ser um notório criador e vendedor, mas igualmente procurava cultivar alguma profundidade de pensamentocomo pudemos ler e ouvir, seguidamente, nestes últimos dias, ao se mostrar ou citar seu discurso de 2005 na Universidade de Stanford –, o que talvez seja a principal chave para escapar de qualquer dependência, inclusive a da tecnologia.

Da maçã de Newton à Apple de Jobs, a ciência evoluiu, e o mundo se transformou. Causa-nos vertigem pensar no quanto se fez e se criou nos séculos compreendidos entre esses dois autênticos homens de ciência, cada um a seu modo. Mas o que será daqui para frente? Qual o caminho a seguir? Mais tecnologia? Mais consciência? Estou certo de que Jobs diria algo do tipo: os dois caminhos não apenas são válidos, como devem ser trilhados juntos. Mas, acrescento, será difícil fazê-lo se não surgirem outros visionários como ele.

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