segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A lógica do carbono

Sempre tive um pé atrás com o tal do mercado de carbono. Não sabia ainda exatamente por quê – pensava que fosse mais por conta de minha dificuldade em entender seu mecanismo –, porém uma breve notícia num site a que me dirigi, a partir de um e-mail, me esclareceu algumas coisas. Não precisamente sobre a lógica desse mercado, mas sim sobre os motivos pelos quais eu nutria alguma desconfiança, até aquele momento calcada sobretudo na intuição.

Estado de Hessen busca área para florestamento no Brasil” – eis o título da matéria, presente num site mantido pela embaixada e consulados alemães no Brasil. Já a manchete me deixou intrigado, afinal de contas, por que um estado alemão teria interesse em plantar floresta em nosso país? A resposta: compensar suas emissões de gases poluentes na atmosfera. A proposta até pode estar fundamentada em excelentes intenções, para eles e para nós, mas me ficou clara a hipocrisia por trás do comércio de créditos de carbono: polui-se aqui, devasta-se ali, replanta-se acolá.

Além do mais, ao que o parágrafo final dá a entender, serão plantados... eucaliptos. Eucaliptos no Mato Grosso do Sul? E não são os eucaliptos hoje as árvores mais usadas pela indústria de produção de papel? Parece que finalmente estou entendendo qual é a lógica...

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